sexta-feira, 15 de junho de 2012

O que são elas?

No jardim de uma casa onde moravam três belas irmãs, o botão perguntou a rosa:
- O que é aquilo?
- São mulheres ora! Responde a rosa.
- E para que elas servem?
- Eu não sei explicar-lhe com exatidão. Mas são seres estranhos.
- Por quê estranhos? O que fazem de estranho?
- Quando alguma delas vêm aqui no jardim, sempre têm comportamentos variados. Ás vezes chegam tristes, sentam-se no banco ou na grama e ficam olhando as flores e chorando, ás vezes trazem fotos ou cartas e ficam fitando-as como se as coitadas pudessem responder-lhes algo. E ás vezes chegam muito felizes, saltando feito pulga, cantando feito passarinho. Acariciam nós flores, e ficam suspirando como se o ar tivesse cheiro de morango.
- Nossa! Que esquisito! Será que isso dói?
- Acho que não, porque elas fazem isso com frequência.
- E por que são assim? Tão bonitas, enfeitadas e perfumadas?
- Não sei, mas acho que já foram criadas assim. Existem vários tipos delas. Algumas têm o cabelo dourado, que parece ouro. Outras têm a pele bem branca quase transparente e outras uma pele bem escura, linda de se vê. Algumas são vazias de carne sabe? E outras cheias  e têm a mesma formosura. Umas são pequenas e outras altas. Mas vou te dizer, ainda não vi nenhuma que não despertasse minha curiosidade, assim como está despertando a sua.
- Parece instigante conhecer todos os tipos delas. 
- E é mesmo. Mas não esqueça, são estranhas.
- Não vou esquecer.
- Mas te digo uma coisa... o mais instigante são eles, os homens, o sexo oposto a mulher.
- E por quê são mais instigantes?
- Por quê mesmo elas sendo seres tão estranhos, tão instáveis, eles vêm todos bobos e felizes, arranca-nos de nossas raízes, e geralmente arrancam muitas de nós, e nos dão nas mãos delas e elas adoram.
- Nossa! Isso sim é estranho!

Alessandra Rodrigues.


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