quinta-feira, 29 de abril de 2010

QUESTÕES LIGADAS AO ENSINO DA GRAMÁTICA-Maria Helena de Moura Neves

RESENHA CRÍTICA



O ensino da gramática no ensino fundamental e médio: a abordagem gramatical mais adequada para se enfrentarem as questões decorrentes do fato de que há uma interface texto-gramática:

Muitos são os questionamentos sobre o ensino da gramática e sobre sua serventia. O ensino da gramática é um fator importante para o desenvolvimento do aluno, não só porque ele vai simplesmente passar a conhecer as regras gramaticais, mas porque também vai saber empregar e compreender dentro de um determinado texto essas regras. Sendo assim; é mais do que obvio que a produção (e compreensão) de texto e gramática andam juntas, ou seja, se completam, se acomodam. Para realizar um, precisa da outra. Por isso a necessidade, principalmente nos níveis médio e fundamental, o ensino da gramática.

Maria Helema diz que "saber expressar-se numa língua não é simplesmente dominar o modo de estruturação de suas frases, mas é saber combinar essas unidades sintáticas em peças comunicativas eficientes..." (p.226)Ou seja, para expressar-se num sistema linguístico, não basta dominar somente sua estrutura e seus códigos, é necessario ter noção das funções sintáticas dentro desse sistema para compreender os enunciados de acordo com as situações, os objetivos e as condições de interlocução. Todo esse processo se faz através da gramática.

Não se pode falar em uma gramática da modalidade escrita e uma gramática da modalidade falada porque é um assunto relativo. A forma culta, tensa da modalidade escrita é oposta a forma coloquial e frouxa da modalidade oral (falada), mas existem exceções. "Poderíamos multiplicar ao infinito esses tipos de situações que mostram pólos opostos pinçados numa e noutra modalidade". (p.227).

O estudo tradicional da gramática é assunto de muitas teses, segundo Maria Helena. Mas criticar a metodologia tradicional tem sido considerado uma atitude equivocada e mal-vista. A gramática tradicional não nasceu como ciência e sim como arte. A necessidade de se compreender, examinar textos (Era alexandrina) e refletir, fez nascer a gramática; por isso a importância da gramática tradicional.

As pesquisas acadêmicas são cada vez mais constantes, eficientes e mais profundas, levando a um resultado gratificante ao acadêmico. O que falta é saber levar essas pesquisas como mais um fator para ajudar e orientar os professores da educação fundamental e do ensino médio, que ainda encontram dificuldades para ensinar gramática. Sendo assim, as maravilhosas pesquisas vêm servindo apenas para enriquecer e impôr respeito somente ao pesquisador.

Não existe a forma certa e errada da escrita. Lógico que existe um padrão que deve ser exposto e ensinado em sala de aula para que os alunos conheçam e aprendam a usar, bem como as regras gramaticais, os tipos de discurso etc. Mas isso não significa que o registro (popular) do aluno seja incorreto. O papel da escola e do professor é promover aos alunos a possibilidade de conhecer e identificar os distintos tipos de registros para que possam saber se expressarem de acordo com a situação. Dessa forma os alunos terão domínio linguístico suficiente para grantir a formação de textos adequados, podendo assim ocupar posições na sociedade.

Quanto a atualização do professor, Maria Helena defende a formação continuada. Inúmeras tentativas de cursos de reciclagem, palestras etc já aconteceram e tiveram resultados, não negativos, mas também não produtivos. Não que sej uma opção ruim, mas não apresentam progresso, apenas uma adição de conhecimentos. Também vale ressaltar que as pesquisas de nível universitário não são suficientes para um progresso quanto á ação pedagógica, não é um ato produtivo. Os professores universitários necessitam também de uma formação ou preparo para atuarem na formação dos professores de ensino fundamental e médio. Sendo assim, Maria Helena está correta ao defender a formação continuada. O professor, ao optar por essa profissão, tem que estar ciente que tal cargo exige uma formação e estudo contínuos e o governo deve estar preparado para atender, junto aos profissionais, para oferecer essa formação.
Existem muitos livros didáticos que realmente não atendem como deveria o ensino da gramática. Mas a deficiência não está somente nos livros. A posição do professor em relação ao livro didático ainda não é clara para muitos. O livro didático deve ser usado como apoio e complemento da aula e não deve ser substituído pelo papel do peofessor, como acontece muito. Alguns professores agem como se o livro didático fosse sua aula, que o livro quem vai ministrá-la, interagir com os alunos e explicar á eles o conteúdo, o que é extremamente equivocado.
O "vício" pela televisão e pelo conhecimento rápido e fácil que ela promove é um dos principais motivos que fazem com que os alunos passem a deixar o livro de lado. O papel do professor é aproveitar-se dela para promover aprendizado. Mas e a leitura? Não é de hoje que o problema da falta do hábito de ler percorre entre os alunos de todo o mundo. O que deve ser feito é o incentivo da leitura em casa e na escola com maior comprometimento e sem facilidades: pôr em uma avaliação questões sobre um romance em que o aluno não precisa ler o romance, apenas assistir a versão em filme ou procurar um resumo na internet, é um exemplo de não compromentimento com a incentivação á leitura e uma utopia dos professores.
O computador e CD-ROM são ferramentas muito úteis para o aprendizado atualmente. Como diz Maria Helena (em outras palavras), alunos que fazem uso intenso e incesante do computador possuem uma capacidade de compreensão de textos muito mais evoluídos em comparação aos alunos que não fazem uso de tal ferramenta. Acontece que muitos alunos vêm subistituindo o universo informatizado pela escola, o que não deve aontecer. O que deve acontecer é uma parceria, um complemento entre as duas modalidades. A escola deve saber aproveitar tal ferramenta como instrumento de pesquisa e estudo e assim promover uma interação, onde o aluno passará a perceber que a atuação das utilidades do computador junto ao ensino na escola ocasionará um resultado bastante significativo, positivo e produtivo.
A profissão professor hoje é uma das profissões mais desvalorizadas da sociedade. Essa afirmação é algo consciente não só dos professores, mas dos governantes e de toda sociedade. Antes a profissão era vista com olhos de admiração e muitos almejavam essa profissão para si. As crianças tinham seus professores como heróis. Hoje essa profissão é vita com olhos de solidariedade, como se fosse a últim opção daquele indivíduo como profissão.
É fato que existem muitos professores desanimados e desinteressados, desmotivados e que não atuam como deveriam justamente porque são mal pagos. E o resultado disto é uma sociedade mais ignorante e cada vez mais consciente de que a educação brasileira não é mais a mesma. O que assusta é saber que já que a sociedade e seus governantes têm tanta noção desta realidade e suas consequências, por que nada é feito para isto mudar?

MONOGRAFIA

O tormento e o calmante:
A monografia, que não falta á nenhum universitário! Pois é...estou sofrendo desse mal, ou será que estou gostando?!
A verdade é que sofro com o cansaço, com a pesquisa incesante, com a ânsia de ás vezes querer escrever e vomitar o que estou pensando para as teclas do meu teclado.
Mas em contrapartida, revigoro em cada parágrafo escrito e aprovado pelo orientador, em cada fragmento das críticas literárias que encontro e que colaboram para o meu desenvolvimento e vibro a cada página escrita!
Uma experiência não muito nova, mas muito mais intensa agora e que pretendo tornar mais intensa e mais constante ainda: a pesquisa.
O que seria de nós, estudantes, letrados, historiadores, sociólogos, psicólogos, críticos e até matemáticos, se não fosse a pesquisa.
Meus aliados: os livros
Meu mais novos amigos: Antônio Cândido e José de Alencar
Minha companheira: Lucíola
(risos)
Aceito sugestões de sites, artigos, críticas, livros etc etc.
Meu título: Por detrás de Lucíola
Meu subtítulo: Fatores sociais que influenciaram a construção da personagem Lúcia.
Grande Beijo.