quinta-feira, 13 de maio de 2010

LÚCIA POR TRÁS DAS LETRAS DE ALENCAR


A SOCIEDADE DA PERSONAGEM LÚCIA, DO ROMANCE LUCÍOLA DE JOSÉ DE ALENCAR.


O Rio de Janeiro do século XIX, período em que se passam os acontecimentos do romance Lucíola, guarda costumes e usus consequentes do modo único europeu. Foi uma era de grandes avontecimentos, inclusive o processo de industrialização, que foi a surta inauguração de indústrias ue produziam artigos que antes era exportados do exterior. O Rio de Janeiro ra uma cidade heterogênia, com mansões e palacetes ao lado de bairros miseráveis. Na Rua do Ouvidor podia-se encontrar a última moda de Paris. A mulher buscava a vaidade francesa: sedas, chapéus, leques, perfumes, etc. A figura feminina desta época frequentava bailes e teatros da alta sociedade e fazia compras nas mais luxuosas ruas cariocas. Uma sociedade de aristocratas cultos e exigentes. Nos palacetes de Laranjeiras falava-se francês nas noites de gala. É neste cenário que está Lúcia, vista pela sociedade com uma altivez, elegância, vestes e comportamentos típicos de uma realeza, mas que em contrapartida, guarda outro aspecto: o impulsivo e erótico de uma cortesã luxuriosa, Nesta época, as belas cortesãs gozavam do mesmo tipo de popularidade das atrizes ou de mulheres aristocratas e ricas. Suas vidas pertenciam mais à sociedade em que viviam do que a elas próprias.

A protituta sempre foi uma figura polêmica que esteve com frequência, presente nas produções artísticas e literárias. Alencar, que já era um escritor de prestígio, com funções políticas-administrativas e atividades na imprensa, reconheceu em sua obra Lucíola (1962), os padrões de conduta e os valores da sociedade brasileira que, neste momento, passava por profundas transformações, já que era uma sociedade movida pelo poder econômico. Alencar despreza e critica os comportamentos burgueses, não só na obra Lucíola, como também em sua peça, As asas e um anjo (1958), que também tinha como tema a prostituição.

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