Depois de assistir um filme em que a mocinha morria nos braços de seu amado, comecei a refletir sobre a morte. Não necessariamente sobre a morte, como ela deve ser e o que sentimos, e se sentimos algo, depois dela; mas sim sobre o que a morte causa nos vivos. A dor da perda, o vazio, a inconstante angústia de saber que a pessoa que morreu, sendo ela boa ou má, bonita ou feia, velha ou nova, não vai mais aparecer entre nós. Pensei nas pessoas que possuem muitos bens materiais, muitas riquezas e como deve ser escrever seu próprio testamento. Imagino como seria dividir o que você demorou uma vida inteira para construir num simples papel. E como seria, um testamento dos sentimentos? Como seria dividir os sentimentos que você levou, talvez, a vida inteira dentro de si e que depois de certo momento (a morte), quem sabe você não o sentiria mais e os tivesse que designar para certas pessoas.
Mas não seria bizarro, as pessoas ficarem sabendo dos sentimentos dos outros depois que se forem? Não seria muito mais proveitoso se esses indivíduos ficassem sabendo e pudessem retribuir, em vida? Já imaginaram: Deixo meu ódio para aquele vizinho, todo o meu amor para meus filhos, toda a minha compaixão para meu tio, toda a minha humildade pra minha cunhada e toda minha alegria para meus primos!
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