sábado, 1 de setembro de 2012

Tudo novo de novo

Mudar, regenerar, transformar vale muito a pena. O ser humano vive constantemente mudanças em todos os sentidos, algumas acontecem quando menos esperamos ou sem percebermos e outras acontecem quando as escolhemos. E essa ultima é a melhor delas. Se houve a escolha, houve uma renúncia e uma coisa nova chegando e aí está a melhor sensação. Pode ser boa ou ruim mas a expectativa da novidade mexe com a vida e mexer com ela é sempre bom. Estamos aqui para aprender e na maioria das vezes o aprendizado está bem diante dos nossos olhos e simplesmente não enxergamos, vemos mas não enxergamos. Enquanto tudo vai mal você se pergunta por que tem que ser com você, por que logo naquele momento, por que daquela maneira e com aquela pessoa. Você quer saber os porquês mas ao mesmo tempo não quer só porque ao saber terá que tomar atitudes que muitas vezes é contra sua vontade. E é aí que está o ápice de toda a turbulência. As coisas acontecem por um motivo, nada de ruim ocorre sem algo bom vir depois, mesmo que demore. Esse é o ciclo: vem o bom, depois o ruim e depois o bom de novo. Mas tudo pode estabilizar se você se conscientizar que deve haver mudanças e aí sim parar definitivamente no bom, que de qualquer forma não será bom o tempo inteiro, mas que cabe, pois é nos momentos ruins que vem o maior dos aprendizados.
As pessoas têm o terrível costume de depender da felicidade alheia para ter a sua e na maioria das vezes isso dá errado. O indivíduo pode ser feliz por si só e isso é muito bom. Conquistar o que deve ser seu, por mérito único. Se conscientizar que possui qualidades tão peculiares que a tornam uma pessoa maravilhosa e única, porque ninguém é igual a ninguém. Acreditar que não basta ser feliz com alguém pelo jeito que ela é com você, mas sim pelo jeito que você é quando está com ela.

Alessandra Rodrigues



Aquiete-se

No primeiro dia pensei em me matar. No segundo, em virar padre. No terceiro, em beber até cair. No quarto, pensei em escrever uma carta para Marcela. No quinto, comecei a pensar na Europa e no sexto comecei a sonhar com as noites em Lisboa. Em seis dias Deus fez o mundo e eu refiz o meu.
(Memórias póstumas de Brás Cubas)


sábado, 18 de agosto de 2012

Renov - ação




Eu queria me desculpar. Quero pedir desculpas ao mundo, por não ser o esteriótipo perfeito e não corresponder as espectaticas. Nem ao menos, um bom exemplo. Pedir desculpas a minha mãe, por não estampar nenhuma revista de moda, nem ser boa dona de casa, nem saber assobiar. Eu quero me desculpar com meus antigos amigos, por não ter mantido o "pra sempre". Eu quero pedir desculpas a todos os meus ex, por não terem sido eles, os grandes amores da minha vida. Quero me desculpar com a vizinha, porque esqueci de avisar minha mãe sobre o encanamento, novamente. Desculpa pra moça do mercado, que eu tratei um tanto seca, por estar brava com a vizinha, que falou do encanamento. To afim de me redimir com minhas irmãs, que não são lá essas coisas, mas são tudo que irmãs podem ser. Quero que me perdoem os flanelinhas e os candidatos a quem prometi voto e não me lembro sequer o nome. Quero pedir perdão as pessoas que não dou devida atenção, as pessoas que já enganei, querendo ou não, as pessoas que não me entreguei como deveria. Que me desculpem os antigos professores. Eu to muito afim de me redimir com toda e qualquer criatura que habitar a estratosfera. Eu to afim de mandar todo mundo pro espaço. Tudo que eu fiz e não queria ter feito, tudo que eu já fiz pelo bem social, todos meus sacrificios por uma beleza nunca alcançada, todas minhas cismas. Desculpa todo mundo, mas eu cansei de vocês. A minha lista de prioridades mudou e virou um poema de um verso só: Eu vou cuidar de mim. Repetidamente, seguindo mil vezes na folha, eu vou cuidar de mim. Eu vou. Cuidar de mim. Eu vou cuidar. De mim. Só de mim. Eu vou cuidar de mim. E esse é o melhor presente que eu posso dar pra todos, eu vou ser melhor, agora. Eu vou distribuir felicidade. Eu não vou mais me afogar, pra salvar ninguém. Não vou mais perder noites de sono, esse negócio de ter gastrite nervosa não é pra mim. Quem precisar, vem e me pede, a gente conversa, se precisar eu ajudo. Mas não vou mais atrás de ninguém, não. Vou é atrás de mim, dos meus problemas, das minhas gastrites e dos meus sonhos. Eu vou atrás de quem mais me amou, essa vida toda. Eu vou comprar um barco, daqueles bem grandes, vou velejar sozinha. E quem quiser, que venha junto. Quem quiser, que aprenda a nadar e me alcance. Quem quiser, que reme comigo. Cansei de ser oceano, pra quem é copo d'agua. Vocês todos me desculpem, mas eu quero voar. Renovar. Renovoar!


Texto de Thais Cinotti, autora do blog Womonizando. Segundo ela, este texto é do meu momento!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Me ouça


Deus, o que acontece comigo?
És tu que implantas isto na minha vida?
És tu que me bagunças desta forma?
Pra que? Com que propósito?


Cada manhã um pensamento
Cada tarde uma dúvida ou uma certeza
Cada noite uma lágrima
Cada madrugada... Ah essas malditas madrugadas!


Por que Deus?
Por que assim? Desta forma?
O que Tu tens guardado pra mim?
Se depende de mim, o que devo fazer então?
Por que não me mostras?


Onde está o caminho que devo seguir?
Para toda vida para todo sempre
Na saúde e na doença
Até que a morte nos separe?


Por que fazes isso?
Por que comigo?
Onde erro?
Onde errastes?
Onde erraram?


Juro Deus,
Me mostres 
E eu vou.


Só quero ouvir tua voz, e mais de ninguém.

sábado, 16 de junho de 2012

Sol



Eu nunca fui de pedir muito, o Senhor sabe, sou orgulhosa até pra orar. Hoje eu queria pedir Sol. E não tem problema se chover, se ficar nublado, ou se der aquelas ventanias que me assustam desde menina, eu só quero um pouco de luz. Tenho tido dias difíceis, na maioria dos dias tenho dormido antes de conseguir orar, Te juro que não é por mal, é cansaço. Cabeça cansada, corpo cansado e a vida não para né? Quando tenho um tempinho, desligo a música e falo com o Senhor. Mas é sempre pouco tempo e eu falo muito, não tem jeito, sempre esqueço de algo. Obrigada pela paciência dos últimos tempos, apesar da fase  ruim, obrigada pela calma que tenho tido. Não tenho sido boa filha, nem boa irmã, nem boa amiga e isso me frustra, sou perfeccionista demais. Tenho tido medo, Pai, muito medo. Medo às vezes, do que nem conheço, do que nunca me fez mal, tenho tido medo da vida. Fiz mal pra pessoas que não mereciam e não fiz por querer, mas agora não sei como reparar. As pessoas são cruéis, cruéis a um nível que nunca tinha percebido, há nos seres humanos uma certa irracionalidade que me deixa triste. Triste a um nível que eu também nunca tinha percebido como é possível ficar. Por isso me deixei apagar, saí desse monte de besteiras. Tenho sido vã. Tenho vivido como se a vida fosse pra sempre e eu pudesse simplesmente me desligar um pouco e esperar que tudo passe. Tenho relevado coisas que não deveria. Tenho sido omissa. É que ando sem forças. Por isso queria te pedir hoje, bastante Sol. Sol que me de vontade de sair e sorrir e gostar de novo das pessoas. Sol que ilumine a minha fé. Eu quero um Sol que ponha luz sobre todos os problemas escuros que tenho tido. Eu quero um Sol que esquente todo esse frio em mim. Eu tenho medo de me tornar alguém triste. E lá vou eu falando de medo de novo... Eu tenho medo, Pai. Eu não quero ser triste, nem fria, eu não quero ser mais alguém que sofreu e morreu por dentro. Eu quero Sol. E se não for  pedir muito, cuide de todos aqueles que já pediram ao Senhor por mim, mesmo que eu não saiba o nome deles. Todos que vivem com amor e por amor nessa vida bagunçada da gente aqui embaixo. Que as alegrias cheguem e que as tristezas sejam esquecidas, que a paz reine e que o amor sobreviva. Que nada me sufoque e que a maré baixe. Sol, Pai é só isso que eu te peço. Amém.


Por Thaís Cinotti via http://womanizando.blogspot.com.br/